quinta-feira, 21 de abril de 2011

It’s the (German) banks, stupid!

A Europa está, novamente, a tentar fingir que conseguiu conter as ondas de insolvência através do seu programa de empréstimos de grandes quantidades de dinheiro (com taxas de juros elevadas) para ... insolventes Estados-membros. A linha oficial, actualmente, é que a deterioração da situação parou em Lisboa. Da mesma forma, quase um ano atrás, quando a UE e o FMI emprestaram à Grécia 110000000000 € (em conjunto com um fundo de € 750.000.000.000 do EFSF, suportado por outros países fiscalmente atingidos) garantiram-nos que assim seria contido o contágio da zona euro a partir de Atenas. Agora, estamos a ser convidados a acreditar de que a Espanha “descolou”. Não é verdade. Enquanto a crise bancária for deixada sozinha, a crise continuará a sua marcha triunfal.

Há um ano que muitos de nós têm argumentado que, parafraseando o bom e velho Bill Clinton, “são os bancos, estúpido!”.
… O resultado é que os bancos “zombie” da Europa são grandes buracos negros que absorvem grande parte da energia da economia europeia (dos excedentes produzidos em países como a Alemanha para os empréstimos contraídos pelos peixinhos que lutam, como a Grécia e Portugal). Muito notavelmente, enquanto os estados insolventes são visitados pelo pomposos funcionários do FMI e da UE, os bancos vão receber do BCE liquidez e financiamento do Estado (mais garantias) sem qualquer contra-partidas. Sem memorandos, sem condições, nada.

Uma tradução minha (pardon my French) de um excelente artigo que vale a pena ler no original.

2 comentários:

Diogo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Diogo disse...

Fernando Madrinha, no Jornal Expresso, em 1/9/2007, dá uma explicação para a presente situação:

… Mas há milhares que já não pagam o que devem e outras que já só vivem para a prestação da casa. Com o aumento sustentado dos juros, uma crise muito séria vem aí a galope. Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles.

…Os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.