segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Para sair da crise, é preciso “romper com a troika” e obrigá-la a “renegociar a dívida”

"Como se insere neste processo a auditoria à dívida pública?
A auditoria é um processo promovido sobretudo por cidadãos para romper o tabu da dívida soberana, que nunca se discute nem se analisa. Até pode ser má, mas há que pagá-la, porque uma dívida paga-se sempre, quando, na realidade, tanto ao nível de um particular, de uma empresa ou de um Estado, uma dívida ilegítima, ilegal ou imoral é uma dívida nula. E há toda uma vasta história de anulação e suspensão dessa dívida.

O que é uma dívida ilegítima?
A ilegitimidade é um conceito cuja definição não se encontra no dicionário. É a forma como os cidadãos interpretam, de forma rigorosa, o respeito aos princípios da nação, da construção do país e do direito interno e internacional. Uma dívida ilegítima é, por exemplo, uma dívida contraída porque o Estado favoreceu uma pequena minoria, reduzindo impostos sobre as grandes empresas multinacionais ou as famílias mais ricas, que assim diminuíram a sua contribuição para as receitas fiscais, obrigando o Estado a endividar-se. Esta contra-reforma fiscal aconteceu em toda a Europa e também nos EUA, com o anterior presidente, George W. Bush. Os resgates aos bancos são outro exemplo. O custo de ajudar os banqueiros, que foram totalmente aventureiros, desviando os depósitos dos seus clientes para investir no subprime, implicou um aumento da dívida soberana, que é totalmente ilegítimo. Não podiam ter sido resgatados dessa forma, os grandes accionistas não deviam ter sido indemnizados. "

Uma das entrevistas mais lúcidas sobre este assunto, lida aqui.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Não Há Alternativa - 30 Anos de Propaganda Económica



"Os «Luky Luke da economia», são os economistas, os ex-ministros das Finanças frustrados e os jornalistas económicos que aparecem constantemente nas televisões a pensar «mais depressa do que a própria sombra», a reciclar ideias e homens a uma velocidade surpreendente, e que são capazes de defender tudo e o seu contrário, para intimidar os cidadãos e defender o «partido do dinheiro»."

Lido aqui (vale a pena ir lá ler o resto).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

sábado, 15 de outubro de 2011

La piazza e mia !!!!!

...ou na versão de Massamá, "as medidas são minhas".

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

For convenience sake, digámos que eles não querem é trabalhar!


" On the whole, I think of myself as one of those people who take a convenience-sake view of prevailing world conditions, events, existence in general. Not that I’m such a blase, convenience-sake sort of guy—although I do have tendencies in that direction—but because more often than not I’ve observed that convenient approximations bring you closest to comprehending the true nature of things.

For instance, supposing that the planet earth were not a sphere but a gigantic coffee table, how much difference in everyday life would that make? Granted, this is a pretty farfetched example; you can’t rearrange facts of life so freely. Still, picturing the planet earth, for convenience sake, as a gigantic coffee table does in fact help clear away the clutter—those practically pointless contingencies such as gravity and the international dateline and the equator, those nagging details that arise from the spherical view. I mean, for a guy leading a perfectly ordinary existence, how many times in the course of a lifetime would the equator be a significant factor? "

Hard-Boiled Wonderland and the End of the World by Haruki Murakami

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Welcome to the Club: Part II

"Mas a saída de Portugal do euro não teria consequências dramáticas?
Se a saída for gradual e negociada, não é nada dramático. Reintroduz-se o escudo, as importações baixam, as exportações sobem, o desemprego cai, o turismo sobe, os imóveis transaccionam-se, o desemprego e o deficit baixam. Desaparece o colete de forças do euro. Podemos respirar de novo e recuperar a soberania de Portugal (pelo menos em parte), que nos foi roubada de forma gradual.

Se a solução é tão fácil, por que é que esse cenário assusta tanto os líderes políticos portugueses?
Os políticos e banqueiros, com grande poder, não se assustam. Eles querem é assustar os cidadãos, para que estes não lhes tirem o poder. Aliás, nunca se assiste a um político ou banqueiro a apresentar razões concretas para tal e fazem da discussão objectiva tabu. Os políticos e banqueiros são marionetas do poder, que está agregado nas mãos dos bancos, incluindo os centrais, no FMI, no Banco Mundial, nas bolsas e em algumas famílias de alta finança."

Lido no Público

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Detective Costa no seu melhor


"Você investiga as infidelidades alheias mas, curiosamente, no caso da sua mulher não deu conta de nada.

Nem nunca daria, porque o homem que andava com ela era meu amigo, era médico, andávamos juntos no Lions e almoçávamos sempre às quartas-feiras. E ele não só andou com a minha mulher como ainda andou, também, com a minha amante. E naquela altura... a minha amante era mais importante para mim que a minha mulher."

Entrevista do dito no I, e lido aqui.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A saltar levemente, de nenúfar em nenúfar (III)...

Rui Machete, aquele ex-presidente da Assembleia Geral da SLN/BPN, é o novo presidente da Assembleia Geral da Caixa Geral de Depósitos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Desvio colossal

Afinal, em vez de crocodilo, era um peixe-gato!
( e como é, este peixe-gato, não se come a sí proprio? )


no Publico

quarta-feira, 13 de julho de 2011

sábado, 9 de julho de 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Faço minhas as suas palavras

"Os que, como de costume, se apressaram a exibir as suas certezas sem precisarem de mais do que a palavra de uma pessoa são pessoas perigosas. São elas as responsáveis pela multiplicação de julgamentos mediáticos que põem o futuro de pessoas, de países e de organizações nas mãos de gente sem escrúpulos. São elas que pressionam os tribunais para mandarem prender inocentes. São elas que não hesitam em acusar de "cumplicidade" todos os que pedem o mais elementar dos direitos: o de um julgamento sério com todas as garantias.


Caso a culpa de Strauss-Kahn se confirme, terá valido a pena esperar pelas provas necessárias. Caso a sua inocência se confirme, não regressará, com toda a certeza, para a direção do FMI e, se as coisas demorarem demasiado tempo, terá perdido as eleições presidenciais francesas. Em Portugal, já vivemos um episódio semelhante a este. Ao ler e ouvir os justiceiros do costume, perguntei-me se aprendemos alguma coisa com o passado. E imaginei o que aconteceria a Strauss-Kahn se a coisa fosse em Portugal e ele tivesse de esperar anos para ouvir uma sentença."

sexta-feira, 1 de julho de 2011

OU A PIDE OU A DEMOCRACIA

Trata-se de ofensa ao bom nome de Silva Pais? De o acusar de um crime que não cometeu? De o enredar em teias de suspeição não provadas? De um simples mal-entendido sobre um cidadão como outro qualquer? Estas questões estão a ser levantadas hoje, num tribunal em Lisboa, como se Fernando Silv...a Pais tivesse sido um pacato major de um pacato Portugal sob o remanso governativo de Oliveira Salazar.

Os ofendidos, um sobrinho e uma sobrinha de Fernando Silva Pais, invocam o direito à reparação da memória deste e pedem justiça na forma de indemnização monetária. A acusação visa concretamente a peça de teatro "A Filha Rebelde" de Margarida Fonseca Santos, baseada na obra homónima dos jornalistas José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz. A peça, segundo a acusação, pode levar o espectador a concluir que Silva Pais foi o mandante do assassinato de Humberto Delgado.

Está em causa a cadeia de responsabilização em regimes ditatoriais. No julgamento dos nazis em Nuremberga, a questão era a de saber se quem se "limitava" a cumprir ordens superiores podia ser desresponsabilizado. A Justiça e a História concluíram que não podia. Mas no caso português, curiosamente, a questão é colocada ao contrário: não se pergunta se Silva Pais responde historicamente pelas ordens recebidas de Salazar, mas sim se responde pelos actos cometidos pelos seus subordinados. Por muito absurdo que possa parecer, é mesmo isso que está hoje em causa.

É confrangedor ver a inversão de valores em relação ao papel dos tribunais na era democrática. Se todos os descendentes de figuras históricas do Estado Novo se aproveitassem da legislação democrática para processar por difamação os autores de livros de história, biografias, ensaios, peças jornalísticas, obras de ficção, peças de teatro, séries televisivas, filmes, etc., teríamos uma paralisação intelectual, artística, histórica e cultural jamais vista. Seria a censura absoluta e total. Pior ainda, os autores praticariam a auto-censura.

O julgamento da história e a memória colectiva seriam abandonadas a si mesmos, à deriva por labirintos da memória individual, por trilhos ínvios do esquecimento, por deturpações oportunísticas.

Alguém pode defender que o Estado Salazarista não era um Estado fortemente hierarquizado? Alguém de boa vontade pode afirmar que qualquer agente do Estado podia agir por conta própria sem informar o seu superior hierárquico? Alguém pode defender que um caso tão notório como o caso Humberto Delgado estaria consignado ao âmbito de subalternos? É não ter noção mínima do que foi o salazarismo.

Qualquer pessoa minimamente informada sabe que o diretor da PIDE despachava diretamente com Salazar. Ora Salazar escolhia a dedo os seus homens, deles dependia a eficácia do poder, deles dependiam a execução das suas ordens e o cumprimento adequado da sua política.

Querer defender o "bom nome" de seu tio e ao mesmo tempo pretender desresponsabilizá-lo é um contra-senso, para não dizer um mau serviço prestado à "memória" desse alto responsável do Estado Novo. É impensável alhear o major Silva Pais dos actos cometidos pela sua polícia política. Esse papel tem uma configuração histórica própria. Assumi-lo tem mais "dignidade" que a menorização patética, por via pseudo-sentimental, de um parente falecido.

Quem se interessar por este caso e concordar ou discordar com o acima escrito pode dar a sua opinião, divulgar ou simplesmente aderir.

Iva Delgado

domingo, 26 de junho de 2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A saltar levemente, de nenúfar em nenúfar...

«Casualidade, causalidade

Talvez tenha visto mal mas não me apercebi de que, como vem sendo feito na Net, algum jornal se tenha ainda interrogado sobre a sucessão de três notícias em pouco mais de dois meses que, isoladas, talvez só tivessem lugar nas páginas de Economia mas que, juntas, e com um director ou um chefe de redacção curiosos de acasos, até poderiam ter sido manchete.

A primeira, de 16 de Março, a da renúncia – dois anos antes do termo do seu mandato – de Almerindo Marques à presidência da Estradas de Portugal (para que fora nomeado em 2007 pelo então ministro Mário Lino), declarando ao DE que “no essencial, est[ava] feito o [s]eu trabalho de gestão”.

A segunda, de 11 de Maio, a de uma auditoria do Tribunal de Contas à Estradas de Portugal, revelando que, com a renegociação de contratos, a dívida do Estado às concessionárias das SCUT passara de 178 milhões para 10 mil milhões de euros em rendas fixas, dos quais mais de metade (5 400 milhões) coubera ao consórcio Ascendi, liderada pela Mota-Engil e pelo Grupo Espírito Santo. Mais: que dessa renegociação resultara que o Estado receberá, este ano, 250 milhões de portagens das SCUT e pagará… 650 milhões em rendas.

E a terceira, de há poucos dias, a de que Almerindo Marques irá liderar a “Opway”, construtora do Grupo Espírito Santo.

O mais certo, porém, é que tais notícias não tenham nada a ver umas com as outras, que a sua sucessão seja casual e não causal.»

Manuel António Pina

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Final de Dublin - e a... bandeira portuguesa, pá?!

Parece que o Rui Santos, a reboque desse patrioteiro de trazer-por-casa, o melhor que conseguiu retirar da vitória do FCP em Dublin, foi não ter visto bandeiras portuguesas nos jogadores após o final do jogo. Mesmo sendo mentira, houve jogadores com a bandeira portuguesa às costas, certamente seria completamente redundante, dada a natureza da coisa.
Como diz a canção, foi ouro sobre azul ó c...


Faixa 09 ou o caralho from Isabelle Chase Otelo on Vimeo.

Porque hoje é SEXTA



O Velho E A Flor
Vinicius de Moraes

Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho / Bacalov

Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor
Ninguém sabia me dizer
E eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor assim falou:

O amor é o carinho
É o espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando
Chega sangrando
Aberta em pétalas de amor

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Benfica e a final de Dublin

Sem ofensa. Só porque está mesmo com muita piada.

terça-feira, 10 de maio de 2011

The Unwisdom of Elites

The past three years have been a disaster for most Western economies. The United States has mass long-term unemployment for the first time since the 1930s. Meanwhile, Europe’s single currency is coming apart at the seams. How did it all go so wrong?
Well, what I’ve been hearing with growing frequency from members of the policy eliteself-appointed wise men, officials, and pundits in good standing — is the claim that it’s mostly the public’s fault. The idea is that we got into this mess because voters wanted something for nothing, and weak-minded politicians catered to the electorate’s foolishness.

So this seems like a good time to point out that this blame-the-public view isn’t just self-serving, it’s dead wrong.

The fact is that what we’re experiencing right now is a top-down disaster. The policies that got us into this mess weren’t responses to public demand. They were, with few exceptions, policies championed by small groups of influential people — in many cases, the same people now lecturing the rest of us on the need to get serious. And by trying to shift the blame to the general populace, elites are ducking some much-needed reflection on their own catastrophic mistakes.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Troika ou "Triunviriato" de que a malta gosta



Esta é dedicada a ti!

Marcelo impede zaragata entre dois homens no Chiado


Parece que até estou a ver a cena.
Diz o Marcelo - ó homem, não vê que dar com uma tábua no costado de alguém é crime?
Vai o Zé Xunga - e então o que é que me acontece se eu lhe der mesmo com a tábua na carola?
Diz o Marcelo - nada!
( enquanto isso o outro saiu de mansinho... )

Informação de merda!

Mourinho e os caramelos

quarta-feira, 4 de maio de 2011

sábado, 30 de abril de 2011

Royal Wedding



Com a devida vénia a esta menina.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

GANGSTERISMO

Parece-me ser a expressão mais adequada para descrever a actividade das agências privadas de qualificação de riscos, mais conhecidas como agências de rating. Trabalham para quem lhes paga, sobretudo os bancos, proporcionando aos especuladores financeiros, e aos investidores oportunistas de alto calibre, juros sempre mais elevados para os seus empréstimos. Para tanto, «sovam» os Governos de vários países em sérias dificuldades económicas e financeiras, até eles não aguentarem mais «espancamentos». E se continuarem a resistir, apontam-lhes uma «pistola» à cabeça e ameaçam: «Ou cedes ou morres de bancarrota»! As agências de rating são, assim, uma espécie de gangsters ao serviço da agiotagem.

Apesar da veneração que suscitam entre os economistas e jornalistas especializados ao serviço do capital financeiro, as agências de rating não são entidades de direito divino. De facto, são empresas privadas ao serviço de interesses privados, que acumulam já, ao longo da sua história, muitos casos de manifesta incompetência, escandaloso favoritismo e oportunismo irresponsável. Além disso, não são avaliadas nem fiscalizadas por qualquer entidade reguladora e, ainda por cima, funcionam praticamente em regime de oligopólio: apenas três agências - Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch - repartem entre si mais de 90 % do mercado e as duas primeiras quase 80 %. Para já nem falar dos óbvios conflitos de interesses em que incorrem.

O actual Presidente da República, Cavaco Silva, gostaria de impor um silêncio patriótico aos políticos e comentadores (infelizmente, poucos!) que criticam as agências de rating. Todavia, abundam os casos em que elas contribuíram para agravar as crises. Vejamos dois exemplos recentes.

Desde logo, o caso do magnata Bernard Maddoff, sem dúvida um dos maiores vigaristas do século, que exibia, no cartão de apresentação da sua entidade financeira, um rutilante triplo A (AAA), que é a classificação positiva máxima atribuída pelas agências de rating. Foi parar à cadeia.

Depois, o caso das famosas hipotecas subprime e dos tão sofisticados como «tóxicos» produtos financeiros que ajudaram a fabricar, que incluíam nomeadamente títulos de dívida (obrigações) do Lehman Brothers. Todos eles beneficiaram também de um rutilante triplo A. Mas foi precisamente a falência do Lehman Brothers que desencadeou a gigantesca crise financeira de 2008, nos EUA, que depois alastrou à Europa, e cujas consequências ainda hoje estamos a sofrer. Vale a pena lembrar aqui uma passagem do relatório final da Comissão de Investigação do Congresso dos EUA que foi constituída para apurar as causas da grave crise financeira. Reza assim:

«Concluímos que os erros cometidos pelas agências de qualificação de riscos (agências de rating) foram engrenagens essenciais na maquinaria de destruição financeira. As três agências foram ferramentas chave do caos financeiro. Os valores relacionados com hipotecas, no coração da crise, não se teriam vendido sem o selo de aprovação das agências. Os investidores confiaram nelas, na maioria dos casos cegamente. (…) Esta crise não teria podido ocorrer sem as agências de rating. As suas qualificações (máximas) ajudaram o mercado a disparar, e quando tiveram de baixá-las (até ao nível de «lixo»), em 2007 e 2008, causaram enormes estragos».

O relatório salienta que a Moody’s - que em 2006 foi uma autêntica fábrica de atribuição de classificações máximas a títulos hipotecários - deve ser considerada como um case study sobre as más práticas que provocaram a crise. De facto, entre os anos 2000 e 2007, a Moody’s considerou como de máxima solvência (AAA) nada menos do que 45.000 valores relativos a hipotecas. O relatório refere a existência de modelos de cálculo desfasados, as pressões exercidas por empresas financeiras e a ânsia de ganhar quota de mercado que se sobrepôs à qualidade das qualificações atribuídas.

Mas, apesar destas conclusões devastadoras para a credibilidade das agências de rating, estas não hesitaram em aumentar os salários e prémios dos seus executivos, já depois de conhecido o relatório. O caso da Moody’s foi o mais escandaloso. O seu presidente executivo, Raymond Mc Daniel, recebeu em 2010 um aumento de 69 % do seu salário anual, que trepou até aos 9,15 milhões de dólares (cerca de 6,4 milhões de euros). Um motivo invocado, entre outros, foi o facto de ter ajudado a «restaurar a confiança (!) nas qualificações atribuídas pela Moody’s Investors Service, ao elevar o conhecimento sobre o papel e a função dessas qualificações».

Raymond Mc Daniel foi chamado a testemunhar perante a Comissão de Inquérito acompanhado pelo principal accionista da Moody’s, Warren Buffet. Mas este lavou as mãos, como Pilatos, declarando que não fazia a menor ideia sobre a gestão da agência, e que nunca lá tinha posto os pés. Explicou, no entanto, que tinha investido na empresa porque o negócio das agências de rating era «um duopólio natural, o que lhe dava um incrível poder sobre os preços»! Na transcrição do depoimento de Raymond Mc Daniel perante a Comissão de Inquérito do Congresso também surge uma declaração surpreendente. Disse ele: «Os investidores não deveriam confiar nas qualificações (das agências) para comprar, vender ou manter valores»! Não foi ingenuidade. Foi insolência e hipocrisia. Infelizmente, em relação a Portugal, ninguém seguiu o conselho deste senhor Raimundo…

Excerto de uma crónica de Alfredo Barroso no Jornal «I»

quinta-feira, 21 de abril de 2011

It’s the (German) banks, stupid!

A Europa está, novamente, a tentar fingir que conseguiu conter as ondas de insolvência através do seu programa de empréstimos de grandes quantidades de dinheiro (com taxas de juros elevadas) para ... insolventes Estados-membros. A linha oficial, actualmente, é que a deterioração da situação parou em Lisboa. Da mesma forma, quase um ano atrás, quando a UE e o FMI emprestaram à Grécia 110000000000 € (em conjunto com um fundo de € 750.000.000.000 do EFSF, suportado por outros países fiscalmente atingidos) garantiram-nos que assim seria contido o contágio da zona euro a partir de Atenas. Agora, estamos a ser convidados a acreditar de que a Espanha “descolou”. Não é verdade. Enquanto a crise bancária for deixada sozinha, a crise continuará a sua marcha triunfal.

Há um ano que muitos de nós têm argumentado que, parafraseando o bom e velho Bill Clinton, “são os bancos, estúpido!”.
… O resultado é que os bancos “zombie” da Europa são grandes buracos negros que absorvem grande parte da energia da economia europeia (dos excedentes produzidos em países como a Alemanha para os empréstimos contraídos pelos peixinhos que lutam, como a Grécia e Portugal). Muito notavelmente, enquanto os estados insolventes são visitados pelo pomposos funcionários do FMI e da UE, os bancos vão receber do BCE liquidez e financiamento do Estado (mais garantias) sem qualquer contra-partidas. Sem memorandos, sem condições, nada.

Uma tradução minha (pardon my French) de um excelente artigo que vale a pena ler no original.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

FMI para tótós



Visto aqui

terça-feira, 12 de abril de 2011

FMI

domingo, 27 de março de 2011

Não é que a língua Espanhola também é muito traiçoeira?

Fallos abismales - La comisión del Congreso de EE UU que investigó la crisis concluyó hace unas semanas que las agencias de calificación fueron piezas esenciales de la "maquinaria de destrucción financiera". - Raymond McDaniel lleva siendo presidente ejecutivo de Moody's Corp desde 2005 y con él se produjo el auge de las calificaciones de alta solvencia a títulos respaldados por hipotecas basura. - El Congreso de EE UU ha elegido a Moody's como caso de estudio para ilustrar los "fallos abismales" de las agencias sin los cuales la crisis no habría ocurrido. - Pese a ello y pese a la caída de beneficios de Moody's desde su punto álgido, la empresa ha dado a McDaniel y sus ejecutivos retribuciones récord en 2010. Ler o artigo todo aqui.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Henri Salvador ou Jobim?

Dizem que foi ele que inspirou Jobim. Não tenho muitas dúvidas disso. Seja como for, é lindo.


"Dans mon île
Ah comme on est bien
Dans mon île
On n'fait jamais rien
On se dore au soleil
Qui nous caresse
Et l'on paresse
Sans songer à demain
..."

quinta-feira, 24 de março de 2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

Crónica de Inverno


" e dali a nada estou de papo para o ar, na praia, a olhar sorvetes e a lamber biquinis, perdão, ao contrário, a olhar biquinis e a lamber sorvetes. Pensando bem, a primeira frase fica melhor."
António Lobo Antunes

quinta-feira, 3 de março de 2011

A verdade. Só.


Citação do dia:
" É um facto indesmentível que escrevi que o FC Porto se sagrou pentacampeão, que o FC Porto venceu a Taça UEFA, que o FC Porto venceu a Liga dos Campeões, a Taça Intercontinental, o tetracampeonato e nunca o fiz em relação ao Benfica, mas a culpa não é minha. Juro. "

Francisco J. Marques

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Peças do 'puzzle'

“Mário Soares foi o vencedor das eleições. A astúcia e a imaginação do velho estadista permitiram que Fernando Nobre, metáfora de uma humanidade sem ressentimento, lhe servisse às maravilhas para ajustar contas. É a maior jogada política dos últimos tempos. Um pouco maquiavélica. Mas nasce da radical satisfação que Mário Soares tem de si mesmo, e de não gostar de levar desaforo para casa. Removeu Alegre para os fojos e fez com que Cavaco deixasse de ser tema sem se transformar em problema. O algarvio regressa a Belém empurrado pelos acasos da fortuna, pelos equívocos da época, pelo cansaço generalizado dos portugueses e pelos desentendimentos das esquerdas (tomando esta definição com todas as precauções recomendáveis). Vai, também, um pouco sacudido pelo que do seu carácter foi revelado. Cavaco não possui o estofo de um Presidente, nem um estilo que o dissimulasse. Foi o pior primeiro-ministro e o mais inepto Chefe do Estado da democracia. Baço, desajeitado, inculto sem cura, preconceituoso, assaltado por pequenas vinganças e latentes ódios, ele é o representante típico de um Portugal rançoso, supersticioso e ignorante, que tarda em deixar a indolência preguiçosa. Nada fez para ser o que tem sido. Já o escrevi, e repito: foi um incidente à espera de acontecer. Na galeria de presidentes com que, até agora, fomos presenteados, apenas encontro um seu equivalente: Américo Tomás. E, como este, perigoso. Pode praticar malfeitorias? Não duvido. Sobre ser portador daqueles adornos é uma criatura desprovida de convicções, de ideologia, de grandeza e de compaixão. Recupero o lamento de Herculano: "Isto dá vontade de morrer!"”

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Período de Reflexão

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Para além do Mourinho

... temos sempre a Dulce Pontes. Linda esta interpretação. "The Ballad Of Sacco And Vanzetti", Warsaw, Ennio Morricone.


" My father dear, I am a prisoner
Don't be ashamed to tell my crime
The crime of love and brotherhood
And only silence is shame. "