sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sir Humphrey and Jim Hacker discuss art subsidies

Tendo noção que uma simples opinião, quanto a mim bem fundamentada, numa matéria como a dos subsídios à arte, pode descambar, fácilmente, em insultos muito pouco velados, e igualmente bem fundamentados, deixo aquí uma pequena contribuição para a discussão.

3 comentários:

Diogo disse...

Tenho a colecção completa desta série. Já vi este trecho dezenas de vezes. A grande pergunta que se deve fazer é – o que é a cultura?

Zé_dopipo disse...

Caro Diogo, também não sei.
P. ex., relativamente às diferentes religiões, acho que são boas todas aquelas que nos fazem ser melhores seres humanos, sobretudo mais tolerantes e menos egoistas. Em relação à Arte, creio que se pode seguir o mesmo raciocínio. No fundo, acabamos sempre por ser nós, indivíduos, a medida disso tudo. Tanto pode um jogo de futebol fazer com que eu evolua como pessoa, como a outro, assistir a uma peça de Sartre ou Brecht ou a ouvir o Requiem de Mozart. Mas, como disse inicialmente, tenho muitas dúvidas. Esta passagem do Yes, Prime Minister, acho que não faz mais do que desmistificar aquela catalogação automática de "filisteu" a quem questiona, de uma forma inteligente, as políticas de subsídios. Até porque estas, teriam de ser enquadradas numa muito mais vasta operação de informação geral, que passaria p.ex., por termos canais de televisão que trabalhassem em prol de uma maior qualificação cultural da população em geral, o que sabemos não acontecer, bem pelo contrário. Aí, temos os nossos impostos a pagar a "estupidificação" geral, bem como a financiar espectáculos culturais meritórios, que, derivado da primeira permissa, são elitistas.
Se tiver alguma contribuição para todas estas minhas dúvidas, agradeço.

Cumprimentos.

Diogo disse...

Concordo consigo. As televisões estupidificam cada vez mais as pessoas. Admitiria que se começasse com uns execráveis «malucos do riso», para captar a franja menos alfabetizada, e fossem evoluindo para um humor mais elaborado. Mas é o contrário que acontece.

Por outro lado, há os que meteram nos cornos que cultura é ballet, ópera e teatro, e acorrem a todos os eventos «culturais».

Cultura é conhecimento relevante (relevante porque saber de cor todas as ruas de Lisboa também é conhecimento, mas não interessa a ninguém a não ser a taxistas).