domingo, 27 de dezembro de 2009

Está demais


Ralo-in???


Ralô-in???


Ralô-in???

Put keep are you..

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mesmo a tempo, mãe!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Porque não tive UMA, mas DUAS

Poema à Mãe


No mais fundo de ti,
eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.


Eugénio de Andrade

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Canta comigo!



Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro
Composição: Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Elis Regina, 1980 ( Ditadura Militar ), Brasil



Aos Nossos Filhos

Perdoem a cara amarrada,
Perdoem a falta de abraço,
Perdoem a falta de espaço,
Os dias eram assim…
Perdoem por tantos perigos,
Perdoem a falta de abrigo,
Perdoem a falta de amigos,
Os dias eram assim…
Perdoem a falta de folhas,
Perdoem a falta de ar
Perdoem a falta de escolha,
Os dias eram assim…
E quando passarem a limpo,
E quando cortarem os laços,
E quando soltarem os cintos,
Façam a festa por mim…
E quando lavarem a mágoa,
E quando lavarem a alma
E quando lavarem a água,
Lavem os olhos por mim…
Quando brotarem as flores,
Quando crescerem as matas,
Quando colherem os frutos,
Digam o gosto pra mim…

Composição: Ivan Lins/Vitor Martins

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Recebida por sms

Um casal homosexual adoptou uma criança. Um dia na casa de banho, a criança entra, vê um dos progenitores nú e diz: - que grande pirilau, pai. Responde o pai: - e ainda não viste o da tua mãe!!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mas olha que é mesmo assim

Fale sobre si.

Esta pergunta é quase obrigatória em uma entrevista de emprego e deverá ser muito bem praticada para uma resposta sucinta, direta e, acima de tudo, que valorize o seu perfil profissional.

Resposta verdadeira: "Você quer saber o quê?"

Quais são seus objetivos a curto prazo? E a longo prazo?

Seja específico e tente aproximar, de alguma forma, os seus objetivos aos da própria empresa. Respostas como "ganhar bem" ou "aposentar-se" são totalmente proibidas.

Resposta verdadeira: A curto prazo, tirar meu nome do Serasa. A longo prazo, do cartório.

O que o levou a enviar o seu curriculum a esta empresa?

Aproveite esta deixa para demonstrar que fez o seu "trabalho de casa" e fale sobre a atividade da empresa e a forma como o posicionamento desta a torna uma empresa de elevado interesse para qualquer profissional. Naturalmente, para responder a esta pergunta, é preciso fazer previamente uma pesquisa sobre a empresa. Vá ao site institucional, faça pesquisas usando mecanismos de busca, leia revistas da especialidade e converse com pessoas que trabalham ou já trabalharam lá.

Resposta verdadeira: Mandei meu currículo para 2 mil empresas. Nem sabia que tinha mandado para esta.

Qual foi a decisão mais difícil que tomou até hoje?

O que é pretendido com esta questão, é que os candidatos sejam capazes de identificar uma situação em que tenham sido confrontados com um problema ou dúvida, e que tenham sido capazes de analisar alternativas e consequências e decidir da melhor forma.

Resposta verdadeira: Engravidei minha cunhada. Só tinha 200 reais para pagar o aborto. Enquanto ela berrava dentro do barraco, fiquei do lado de fora rezando para ela não morrer.

O que procura num emprego?

As hipóteses de resposta são várias: desenvolvimento profissional e pessoal, desafios, envolvimento, participação num projeto ou organização de sucesso, contribuição para o sucesso da sua empresa, etc.

Resposta verdadeira: Tá me tirando, filha? Por que um ser humano precisa de um emprego?

Você é capaz de trabalhar sob pressão e com prazos definidos?

Um "não" a esta pergunta pode destruir por completo as suas hipóteses de ser o candidato escolhido, demonstre-se capaz de trabalhar por prazos e dê exemplos de situações vividas em trabalhos anteriores.

Resposta verdadeira: Claro que não. Você é?

Dê-nos um motivo para o escolhermos em vez dos outros candidatos.

Esta é sempre das perguntas mais complicadas mas o que se espera é que o candidato saiba "vender" o seu produto. Isto é, deverá focar-se nas suas capacidades e valorizar o seu perfil como o mais adequado para aquela função e a forma como poderá trazer benefícios e lucros para a empresa.

Resposta verdadeira: Nos primeiros seis meses, eu te dou metade do meu salário.

O que você faz no seu tempo livre?

Seja sincero, mas sobretudo lembre-se que os seus hobbies e ocupações demonstram não só a capacidade de gerir o seu tempo, preocupações com o seu desenvolvimento pessoal e facilidade no relacionamento interpessoal.

Resposta verdadeira: Quando minha mulher não quer transar, o que hoje em dia acontece com certa frequência, fico na frente da tv, vendo qualquer jogo e tomando cerveja. Tenho uma amante também, mas estou sem grana para levá-la no motel e tenho que ficar esperando o marido dela fazer hora extra. Com essa crise, ele não tem feito muito.

Quais são as suas maiores qualidades?

Aponte aquelas características universalmente relacionadas com um bom profissional: proatividade, empenho, responsabilidade, entusiasmo, criatividade, persistência, dedicação, iniciativa, e competência.

Resposta verdadeira: Agora você me pegou. Sei lá, se eu falar isto, você vai escrever na sua ficha: "Metido pra caralho".

E pontos negativos/defeitos?

Naturalmente que a resposta não poderá ser muito negativa, pois serão poucas as hipóteses para um profissional que diga ser desorganizado, desmotivado ou pouco cumpridor dos seus horários.
Assim, o truque é responder partindo daquilo que normalmente é considerado uma qualidade mas agravando-o de forma a parecer um "defeito". Ou seja, exigente demais, perfeccionista, muito auto-crítico, persistente demais, etc.

Resposta verdadeira: Até que enfim uma pergunta inteligente. Sou preguiçoso, sempre chego atrasado, boca suja, solto gases em qualquer lugar, mesmo na frente de clientes, adoro uma fofoca, passo a mão na bunda das colegas, ponho apelidos em todo mundo, trabalho bêbado, sou puxa-saco... chega ou quer saber mais? Posso ficar falando até amanhã.

Que avaliação faz da sua última (ou atual) experiência profissional?

Não se queixe e, em caso algum, critique a empresa e respectivos colaboradores. Diga sempre alguma coisa positiva, ou o ambiente de trabalho ou o produto/serviço da empresa. Se começar a apontar defeitos ao seu emprego anterior correrá o risco de o entrevistador achar que o mesmo pode acontecer no futuro relativamente aquela empresa.

Resposta verdadeira: Pelo amor de Deus, não desejo aquele trabalho nem para um cachorro.

Até hoje, quais foram as experiências profissionais que lhe deram maior satisfação?

Seja qual for a sua escolha, justifique bem os motivos. Tente mencionar as mais recentes e que sejam mais adequadas aos seus objetivos profissionais.

Resposta verdadeira: Tá me tirando de novo. Desde quando trabalho dá prazer?

Por que foi desligado da última empresa?

Não se apresente como vítima e explore o lado positivo da situação. Seja breve, objetivo e verdadeiro. O entrevitador sempre tem como checar este tipo de resposta. Este também não é o momento para falar mal da empresa ou do antigo chefe.

Resposta verdadeira: Minha situação já estava ruim com os patrões porque mandei meu primeiro chefe tomar no cu. Fui transferido de departamento. Um dia obriguei uma funcionária nova a me fazer um boquete no estoque e esqueci que tinham colocado câmera de segurança naquela merda. Fui mandado embora por justa causa.

domingo, 20 de setembro de 2009

A Felicidade


Foto de Philippe Pache


"Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços, a tua pele será talvez demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
Um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da
nossa janela, sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi
nem uma palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade."

José Luis Peixoto

sábado, 19 de setembro de 2009

Sempre jovens ( as palavras )

Abençoada juventude

"When I was younger I could remember anything, whether it happened or not."

Mark Twain

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Surripiada daquí ( não é culpa dela não ter gostado dos filmes )

Los Abrazos Rotos


Sou fã de Pedro Almodóvar! Pronto, já disse.
Agora, o que penso deste "Los Abrazos Rotos".
Acompanhei a sua trajectoria até “Todo sobre mi madre” e tremí quando fui ver “Hable con ella”. Abençoada tremideira. Ainda hoje, depois de (re)ver estes filmes algumas dezenas de vezes, não sei de qual gosto mais. Duas obras-primas, na minha opinião.
O que isso tem a ver com "Los Abrazos Rotos", perguntais vós; pois é, tem a ver porque a cinematografia do homem a partir daí, não tem passado de uma sombra.
Penso naquelas grandes paixões que só sobrevivem como tal na nossa memória, porque foram, por isto ou por aquilo, impossibilitadas de se desenvolverem normalmente.
Acho mesmo que a Penélope Cruz tem aquilo que vulgarmente se chama “pé-frio”, pois a sensação que este filme me deixou, foi a mesma do Vicky Cristina Barcelona. Filmes realizados com alma de escriturário, isto é, para cumprir contrato.
Espero que o Almodóvar recupere e nos volte a dar mais daquele cinema genial.
Não é o caso.

Este tambem lí e gostei!

Cada vez gosto mais


terça-feira, 9 de junho de 2009

Noli me tangere

"Noli me tangere" são as palavras ditas por Jesus, de acordo com o Evangelho Segundo S. João, para Maria Madalena e que significam "Não me toques" (S.João 20:17).



domingo, 24 de maio de 2009

Na mouche! (Retirado daquí. Obg e saudações portistas)

Esta semana celebraram-se três tetras:
* o Porto tetra-campeão
* o Sporting tetra-vice-campeão
* ...e o Benfica tetraplégico

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Esta recebí por e-mail. Que tal?

ALERTA , NOVO GOLPE ! CUIDADO


O cara, 54 anos, recém divorciado, sai para a noite numa tentativa de refazer a sua vida social.

Num bar conhece uma mulher, cerca de 50 anos, ainda muito bonita, relativamente bem conservada, conversa interessante.

Papo vai, papo vem o assunto chega ao sexo. Mais um pouco e ele sugere uma relação e ela se mostra interessada.

Aí ela pergunta o que ele acha de uma transa a três, tipo com mãe e filha.

O cara acha o máximo e diz que não tem problema, muito pelo contrário, e ela convida para irem na casa dela.

Entram no apartamento, o cara já tá mais do que excitado, ela tranca a porta e grita:

- Mãe, cheguei!!!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Não resistí a esta...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Lurdinha, Lurdinha


Mais um tristíssimo exemplo da tão gasta cassete da "cassete", e uma pequena demonstração de que há gente que necessita de arrumar tudo em estereótipos para conseguir ter uma pequena epifanía, nesta realidade tão mais rica do que aquilo que conseguem abarcar.
Isto tudo a propósito deste post aquí, que deu direito a isto.

terça-feira, 17 de março de 2009

Gran Torino

Nunca conseguirei entender como pessoas inteligentes e críticos de cinema, consideram Clint Eastwood o máximo.
Basta ele anunciar que vai fazer um filme, tem logo garantidas as 4 estrelas. Depois é sempre a somar, até ao patamar de "obra-prima", no mínimo.
Gran Torino é bastante mauzinho. Cada fala é previsível e parece escrita por alguém em "script-writing 101". Podiam-se ver as linhas escritas em cada página, cada vez que um actor falava. Interpretações 101.
Por fim, nos filmes de Eastwood, tudo é preto ou branco, os maus são ridículamente maus e os bons são bué de bons. São cansativos e roçam a pura paródia. Carradas de estereótipos – o padre novo, a linguagem de “homem” , o vingador urbano, os orientais com oferendas aos deuses.A mensagem politicamente correcta de que "não pagar os impostos é pecado". Alguem acredita que deixavam uma miúda ir vestida daquela maneira ao funeral da avó? Então o Cristo na imagem final do Gran Torino foi a cereja no topo do bolo, Será isto arte?
Está bom, ele é um tipo cheio de carisma. Mas isso não significa que não se valorize o talento verdadeiro, e se mande anunciar aos 4 ventos mais esta pérola.O rei vai nú. Sem roupa. Népias.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Curvas e mais curvas

NEW YORK CITY—The Whitney Museum of American Art, 1968.
© Micha Bar Am / Magnum Photos

Veja aqui um slide-show de 24 fotos
da Magnum sobre Curvas

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Só mais uma coisinha, ó sefachabore...

No caderno ipsilon do Público, pediram aos críticos de cinema que escrevem por lá, para opinarem sobre os "oscarizados" deste ano. Gostos não se discutem, mas escusavam de insultar o zé povinho, pela escolha do "Quem quer ser bilionário?"
Gostava agora, se não se importam, de recomendar que passassem os olhos por aquí e por aquí. Não me parece que sejam todos uma cambada de imbecís, o que acham? Como dizia o outro, "Quem não sabe, vai para crítico, e quem não sabe mesmo nada de nada, vai para crítico de cinema no Público".

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

E o Vitalino não é o dos binóculos?

Toma e embrulha ( e vice-versa )

Porque nada como um artista para expressar o que nos vai na Alma!

POEMA TEMPERAMENTAL

Ó caralho! Ó caralho!
Quem abateu estas aves?
Quem é que sabe? quem é
que inventou a pasmaceira?
Que puta de bebedeira
é esta que em nós se vem
já desde o ventre da mãe
e que tem a nossa idade?
Ó caralho! Ó caralho!
Isto de a gente sorrir
com os dentes cariados
esta coisa de gritar
sem ter nada na goela
faz-nos abrir a janela.
Faz doer a solidão.
Faz das tripas coração.
Ó caralho! Ó caralho!
Porque não vem o diabo
dizer que somos um povo
de heróicos analfabetos?
Na cama fazemos netos
porque os filhos não são nossos
são produtos do acaso
desde o sangue até aos ossos.
Ó caralho! Ó caralho!
Um homem mede-se aos palmos
se não há outra medida
e põe-se o dedo na ferida
se o dedo lá for preciso.
Não temos que ter juízo
o que é urgente é ser louco
quer se seja muito ou pouco.
Ó caralho! Ó caralho!
Porque é que os poemas dizem
o que os poetas não querem?
Porque é que as palavras ferem
como facas aguçadas
cravadas por toda a parte?
Porque é que se diz que a arte
é para certas camadas?
Ó caralho! Ó caralho!
Estes fatos por medida
que vestimos ao domingo
tiram-nos dias de vida
fazem guardar-nos segredos
e tornam-nos tão cruéis
que para comprar anéis
vendemos os próprios dedos.
Ó caralho! Ó caralho!
Falta mudar tanta coisa.
Falta mudar isto tudo!
Ser-se cego surdo e mudo
entre gente sem cabeça
não é desgraça completa.
É como ser-se poeta
sem que a poesia aconteça.
Ó caralho! Ó caralho!
Nunca ninguém diz o nome
do silêncio que nos mata
e andamos mortos de fome
(mesmo os que trazem gravata)
com um nó junto à garganta.
O mal é que a gente canta
quando nos põem a pata.
Ó caralho! Ó caralho!
O melhor era fingir
que não é nada connosco.
O melhor era dizer
que nunca mais há remédio
para a sífilis. Para o tédio.
Para o ócio e a pobreza.
Era melhor. Concerteza.
Ó caralho! Ó caralho!
Tudo são contas antigas.
Tudo são palavras velhas.
Faz-se um telhado sem telhas
para que chova lá dentro
e afogam-se os moribundos
dentro do guarda-vestidos
entre vaias e gemidos.
Ó caralho! Ó caralho!
Há gente que não faz nada
nem sequer coçar as pernas.
Há gente que não se importa
de viver feita aos bocados
com uma alma tão morta
que os mortos berram à porta
dos vivos que estão calados.
Ó caralho! Ó caralho!
Já é tempo de aprender
quanto custa a vida inteira
a comer e a beber
e a viver dessa maneira.
Já é tempo de dizer
que a fome tem outro nome.
Que viver já é ter fome.
Ó caralho! Ó caralho!

Ó caralho!

Joaquim PESSOA

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

D10S



Dizem que veio à Luz falar com o Aimar e o Dí Maria


Agora reparem no resultado

2 a 1 ! E que dois...

HUMOR - As melhores frases dos piores alunos



Circula pela Internet um conjunto das "melhores frases dos piores alunos", das quais se extraiu uma selecção:

*O metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre e para o cálculo dar certo arredondaram a Terra! *

*O cérebro tem uma capacidade tão grande que hoje em dia, praticamente, toda a gente tem um.*

*O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não ouve mais nada.*

*O teste do carbono 14 permite-nos saber se antigamente alguém morreu.*

*Nos aviões, os passageiros da primeira classe sofrem menos acidentes que os da classe económica.*

*O índice de fecundidade deve ser igual a 2 para garantir a reprodução das espécies, pois precisa-se de um macho e uma fêmea para fazer o bebé. Podem até ser 3 ou 4, mas chegam 2.*

*Em 2020 a caixa de previdência já não tem dinheiro para pagar aos reformados, graças à quantidade de velhos que não querem morrer.*

*A água tem uma cor inodora.*

*A luta greco-romana causou a guerra entre esses dois países.*

*O tabaco é uma planta carnívora que se alimenta de pulmões.**

*Quando dois átomos se encontram, vai dar uma grande merda.*

*Princípio de Arquimedes: qualquer corpo mergulhado na água, sai completamente molhado.*

*As aves têm na boca um dente chamado bico.*

*A Terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados do mundo.*

domingo, 8 de fevereiro de 2009

E quem te manda a tí, sapateiro, tocar rabecão?

Conhecem aquelas pessoas que vão contra-a-mão na auto-estrada e acham que são os outros todos que estão mal? Fazem-me lembrar os "críticos" de cinema do Público.
Não há pachorra!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Como disse? Ok. E o pai dele é minha prima!

The NWO Connection.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Porque sim

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

E se Metade for Tudo?

A um TI que eu inventei

Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.

Um pesar grãos de nada em mínima balança,
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.

Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.

Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas com o pensar te pudesses partir.

[António Gedeão]

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

domingo, 11 de janeiro de 2009

E porque tambem está cada vez mais actual

Queixa das almas jovens censuradas



Dão-nos um lírio e um canivete
E uma alma para ir à escola
Mais um letreiro que promete
Raízes, hastes e corola


Dão-nos um mapa imaginário
Que tem a forma de uma cidade
Mais um relógio e um calendário
Onde não vem a nossa idade


Dão-nos a honra de manequim
Para dar corda à nossa ausência
Dão-nos um prémio de ser assim
Sem pecado e sem inocência


Dão-nos um barco e um chapéu
Para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
Levado à cena num teatro


Penteiam-nos os crâneos ermos
Com as cabeleiras das avós
Para jamais nos parecermos
Connosco quando estamos sós


Dão-nos um bolo que é a história
Da nossa historia sem enredo
E não nos soa na memória
Outra palavra que o medo


Temos fantasmas tão educados
Que adormecemos no seu ombro
Somos vazios despovoados
De personagens de assombro


Dão-nos a capa do evangelho
E um pacote de tabaco
Dão-nos um pente e um espelho
Pra pentearmos um macaco


Dão-nos um cravo preso à cabeça
E uma cabeça presa à cintura
Para que o corpo não pareça
A forma da alma que o procura


Dão-nos um esquife feito de ferro
Com embutidos de diamante
Para organizar já o enterro
Do nosso corpo mais adiante


Dão-nos um nome e um jornal
Um avião e um violino
Mas não nos dão o animal
Que espeta os cornos no destino


Dão-nos marujos de papelão
Com carimbo no passaporte
Por isso a nossa dimensão
Não é a vida, nem é a morte


Letra: Natália Correia
Música: José Mário Branco
Álbum: Mudam-se os tempos mudam-se as vontades


sábado, 10 de janeiro de 2009

Porque é impossível assistir impassível

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